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ELISA DE JESUS
( Brasil – MINAS GERAIS )
Poeta, escritora e pedagoga.
Pòs-graduada em Pedagogia Empresarial (Newton Paiva).
Natural de Ubá/MG, é ativista do Movimento de Sociedade Inclusiva. Participou de vários concursos literários nacionais. É coautora de A Dupla Fenda: Intuição e Liberdade (Starling, 2016) e autora de Violetas Azuis (Delicata, 2017). No período de 2007 a 2020, atuou como coordenadora e palestrante junto ao Voluntariado Internacional de Desenvolvimento e Educação Social do Brasil – VIDES, organização com assento consultivo junto ao Conselho Econômico e Social /ECOSOC da Organização das Nações Unidas – ONU.
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CEM POEMAS CEM MIL SONHOS; homenagem aos 50 anos da Passeata dos Cem Mil: maior manifestação popular contra a Ditadura Militar no país. Organização: por Rodrigo Starling. Entrevista com Vladimir Palmeira. Belo Horizonte: Starling, 2018. 176 p. 14 x 20 cm. Capa: Jackson Abacatu. N. 09 814
Exemplar da biblioteca de ANTONIO MIRANDA
NOTURNA TRIBUNA
serpenteiam a desgraça
de ponta a ponta,
sussurram mentiras
e te angustiam de morte.
deletérios compostos de inquisição
jazem meu corpo.
perpetuam hálitos podres
em leis caducas,
fomentam o ódio, e irascíveis
vendem meu corpo ao luto.
gritar
ninguém ouvirá ou sentirá meu medo.
escancaro minhas vísceras
diante do abandono
e me satisfaço de dor
diante da inquisição.
queimam todos os livros,
submetam todos os ventres,
mas as palavras sobreviverão.
DA EVOLUÇÃO
mitos mudam depressa,
em uma noite, dezoito brumário,
o poder divino do rei foi desacreditado.
soberania do povo, mito nascido.
o homem sai por volta das sete horas da manhã,
atravessa o caos, retorna, faz comida, faz amor?
dorme, aguarda angustiado
pelo dia de folga, pelas férias, pelo dinheiro.
— outros mitos —
da morte, espero mais que a vida, está cheia de mitos
que permeiam sombras da ignorância humana.
mitos não vencem a morte, morrem também suas ideias.
essa vida na esteira, produção de mitos escatológicos
lucradores das mídias sociais, dois segundos de fama.
mil setecentos e oitenta e nove, mil oitocentos e quarenta e
oito, mil novecentos e dezessete, mil novecentos e
cinquenta e nove, mil novecentos e trinta e nove, mil
novecentos e sessenta e quatro, dois mil e dezoito, não se
definem as cores dos camaleões.
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Página publicada em maio de 2025.
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